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quarta-feira, 27 de julho de 2011

Plutão ganha uma nova lua



Semana passada, o Hubble anunciou a descoberta de mais uma lua em Plutão. Como parte de um esforço observacional para preparar a chegada da sonda New Horizons, a equipe liderada por Mark Showalter, do Instituto Seti (aquele mesmo que varria os céus à procura de sinais de vida inteligente), buscava por evidências de anéis ao redor do planeta-anão. Anéis como em Júpiter e Saturno? Sim, como em Urano também!

A ideia principal é usar essas observações para planejar a chegada da sonda New Horizons destinada a estudar o sistema de Plutão, composto também pelas luas Caronte, Nix e Hydra. A sonda deve passar por Plutão sem entrar em sua órbita, de modo que toda a missão precisa ser cuidadosamente planejada para não perder um segundo sequer de sua passagem. Sem falar que qualquer comando dado à espaçonave leva pelo menos 13 horas para chegar a Plutão! Por isso tudo, conhecer bem o ponto de chegada vai adiantar muito o serviço.
E como assim anéis em Plutão?
Existe uma teoria de que meteoritos que bombardeiam a superfície de Plutão produzam nuvens de destroços que devem se perder no espaço, já que a gravidade de Plutão é muito baixa. A massa do planeta-anão é apenas 0,02% da massa da Terra. Assim, essa nuvem poderia entrar em órbita formando anéis parecidos com os dos gigantes gasosos. Aliás, a própria Terra deve ter tido uma estrutura dessas quando um objeto do tamanho de Marte a atingiu, lançando ao espaço material que originou a Lua.
Aí aconteceu que, em 23 de junho, o Hubble viu alguma coisa suspeita, além das luas já conhecidas. Nos dias 3 e 18 de julho, o telescópio voltou a observar Plutão, e estava confirmada a nova lua. Até que se decida seu nome final, está sendo chamada provisoriamente de P4. Pode ser que ela já tenha dado o ar da graça em imagens de 2006, mas apenas como um borrão muito fraco. Por isso, não foi notada.
Em comparação com suas outras companheiras, a P4 é a menor, com diâmetro estimado entre 13 e 34 km; Caronte tem 1.043 km, e Nix e Hydra têm diâmetro entre 32 e 113 km, respectivamente. Todo esse sistema de luas também deve ter sido formado por um impacto, no começo da formação do Sistema Solar, há 4,5 bilhões de anos.
O Hubble deve continuar a observar Plutão, principalmente para mapear sua superfície, preparando a chegada da sonda New Horizons em 2015.